As dificuldades impostas pela vida não foram o suficiente para fazer com que Maria Edelzuita de Souza desistisse do sonho de ler e escrever. Dona Edelzuita, como é conhecida, pode ser considerada a aluna da educação básica mais idosa do mundo.
A estudante supera em 10 anos o queniano Kimani Maruge Ng’ang’a, que, segundo o livro dos recordes, conseguiu a façanha aos 84 anos. No entanto, Dona Edelzuita ainda não foi reconhecida pelo Guinness Book.
Hoje, ela cursa o 3º módulo no Centro de Educação de Jovens e Adultos João Barracão, em Petrolina, Sertão de Pernambuco.
O incentivo para estudar vem dos próprios colegas de classe e professores. Dona Edelzuita foi recebida com cartazes de apoio no Dia do Estudante, na última sexta-feira (11/08). “Estudem, no estudo é que se aprende tudo. Na escola se aprende o que é bom. Eu queria ser menina de novo pra começar agora e terminar só na faculdade”, recomenda Dona Edelzuita.
História de resistência
Filha de lavrador, Edelzuita foi proibida de estudar, uma vez que seu pai tinha receio que ela fosse alfabetizada, pois assim poderia escrever “cartas para os namorados”. Já a mãe, cuidava da casa e era letrada. Assim, ensinou-lhe as letras, as sílabas e como juntá-las para formar pequenas palavras. Mas isso foi a única coisa relacionada aos estudos deixada para a estudante.
A aluna começou a estudar em 2022, aos 93 anos, uma vez que não pôde entrar na escola quando criança. Somente após perder o companheiro, com quem viveu 60 anos, que ela decidiu resgatar seu sonho de menina e se matriculou na escola.
No entanto, os sonhos de Dona Edelzuita não param por aqui. Ela ainda pretende escrever um livro e ingressar em uma faculdade. A estudante dedicou a vida ao companheiro e aos nove filhos, todos formados no ensino médio.
Diário de Pernambuco
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