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Mulher de 33 anos vence a Covid após médicos avaliarem 5% de chance de sobreviver: ‘Muita fé’

“Hoje eu agradeço muito à Deus. Essa união que minha família teve, também. Foi muita fé envolvida”.

EDCARLOS CARDOSO DA SILVA
Por: EDCARLOS CARDOSO DA SILVA Fonte: G1
23/06/2021 às 08h55 Atualizada em 23/06/2021 às 09h45
Mulher de 33 anos vence a Covid após médicos avaliarem 5% de chance de sobreviver: ‘Muita fé’

Após ficar 56 dias internada – sendo 22 deles intubada -, uma mulher de 33 anos descobriu que os médicos tinham avisado a família dela sobre a expectativa apenas 5% de chance de ela sobreviver. A moradora de Praia Grande, no litoral de São Paulo, contou ainda que, enquanto estava em coma induzido, chegou a conversar em sonho com a mãe e a avó já falecidas.

Ao G1, nesta terça-feira (22), a coordenadora de segurança no trabalho Suellen Bonfim dos Santos, de 33 anos, confessou que não sabia que a Covid-19 poderia ser tão grave. “Achei que, depois de 14 dias, as pessoas ‘voltavam’ e estava tudo bem”, disse.

“Não tem explicação para essa gravidade. Eu fazia crossfit, sempre fui muito ativa. Não deixei de usar máscara, álcool em gel. Não tenho nenhuma doença. Não sei o que aconteceu comigo, não sei explicar”, diz Suellen.

“Quando acordei e saí da UTI, as enfermeiras diziam que eu era muito guerreira e eu não entendia”, relembra. “Só soube, no final, que todo mundo que estava na ala comigo morreu. E, que eu tinha apenas 5% de chance de sobreviver”.

Ela testou positivo para a doença em 18 de abril. Em 24 de abril, foi internada na enfermaria Covid-19 da Casa de Saúde de Santos. Àquela altura, ela diz que já sentia muita falta de ar e apresentava índice de saturação de oxigênio no sangue em 89%.

Ela foi imediatamente colocada para respirar com ajuda de aparelhos. Na tomografia dos pulmões, os médicos constataram que 90% deles estavam comprometidos devido ao avanço da Covid-19 sobre o organismo dela.

A equipe do hospital tentou, de diversas formas, fazer a saturação de oxigênio no sangue de Suellen aumentar. Mesmo assim, nada surtia o efeito esperado. Uma semana depois, em 1º de maio, ela foi encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.

Intubação

A chegada na UTI foi marcada por desespero, segundo ela. “Comecei a gritar, pedir para me tirarem de lá. Não queria estar lá. As pessoas quando vão para a UTI mudam a feição, ficam muito magras, fiquei muito assustada”, recorda.

Suellen foi induzida ao coma e, nos dias inconscientes, conta que chegou a ver a mãe e a avó, já falecidas. “Conversei com elas. Minha avó dizia que minha mãe precisava muito de mim. Acredito que as duas estavam ao lado da minha cama a todo momento”, revelou.

Enquanto isso, os amigos e familiares dela se reuniam, todos os dias às 21h, em uma transmissão ao vivo nas redes sociais para realizar orações pela saúde dela. “Minha família é muito unida. Teve gente de todo o canto me chamando, pedindo para eu ficar bem. Por isso que Deus me segurou e disse que não era a minha vez”, agradece.

Ela ficou 22 dias intubada e, depois de acordar, descobriu que só ela tinha sobrevivido naquela ala. “Disseram que, daqueles que estavam internados comigo, só eu sobrevivi. Todos da minha ala morreram”.

Recuperação

Suellen teve alta da enfermaria e voltou para casa no último sábado (19). Ela ainda precisou passar por traqueostomia, retirada no dia 15 deste mês. “Reaprendi a me alimentar e a falar por causa da ‘traqueo’. Voltei a ser criança”, diz.

Ela também precisou de ajuda de fisioterapeutas neurológicos para reaprender a andar. “Hoje eu agradeço muito à Deus. Essa união que minha família teve, também. Foi muita fé envolvida”.

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